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Pessoas menos confiantes são mais bem sucedidas

Não há maior cliché em psicologia empresarial do que a ideia de que uma elevada auto-confiança é a chave para o sucesso na carreira. Está na hora de desmascarar esse mito. Na verdade, uma baixa auto-confiança tem maior probabilidade de o tornar bem sucedido.

A auto-confiança só é útil quando é baixa. Claro, extremamente baixa confiança não é útil, pois inibe o desempenho através da indução de medo, preocupação e stress, que podem levar alguém a desistir mais cedo ou mais tarde. Mas a confiança-q.b.-baixa pode ajudar a calibrar os seus objectivos para que eles sejam (a) mais realistas e (b) atingíveis. Isto não é realmente um problema: nem toda a gente pode ser CEO da Coca-Cola ou o próximo Steve Jobs.

 

Se a sua confiança é baixa, ao invés de extremamente baixo, você tem uma maior probabilidade de sucesso do que se você tiver uma elevada auto-confiança. Existem três razões principais para isso:

  1. Baixa auto-confiança faz com que você preste atenção ao feedback que lhe dão e seja auto-crítico: a maioria das pessoas ficam presas a pensamentos optimistas e tendem a ouvir o feedback positivo e ignorar o feedback negativo. Embora isso possa ajudá-los a parecer muito confiantes perante os outros, em qualquer área de competência (por exemplo educação, negócios, desporto ou artes) a conquista é representada apenas 10%, por desempenho e 90% por preparação. Assim, quanto mais consciente você estiver dos seus pontos fracos, mais bem preparado você estará.
  2. Baixa auto-confiança pode transformá-lo num pessimista, mas quando o pessimismo se alinha com ambição, muitas vezes, produz um desempenho excepcional. Para ser o melhor em alguma coisa, você precisa de ser o seu mais duro crítico, o que é quase impossível quando o seu ponto de partida é elevada auto-confiança. Os empreendedores excepcionais regularmente têm baixos níveis de auto-confiança, mas treinam duro e praticam continuamente até atingir um nível aceitável de competência. Na verdade, o sucesso é o melhor remédio para suas inseguranças.
  3. Baixa auto-confiança pode motivá-lo a trabalhar mais e preparar mais: se você é sério sobre seus objetivos, terá mais incentivo para trabalhar duro quando não tem confiança nas suas capacidades. Na verdade, a baixa confiança só é desmotivador se você não estiver a levar a sério os seus objetivos.

A maioria das pessoas gosta da ideia de ser excepcional, mas não o suficiente para fazer o que for preciso para alcançá-lo. A maioria das pessoas quer ser magro, saudável, atraente e bem-sucedido, mas poucas pessoas estão dispostas a fazer dieta, exercício, a comer saudável ou a fazer o que é preciso para alcançar esses objectivos – o que sugere que realmente esses objectivos não são tão importantes como pensam.

Baixa auto-confiança reduz a probabilidade de parecer arrogante ou de ser iludido. Embora vivamos num mundo que cultiva os que se adoram – como todas as estrelas dos reality shows  – as consequências da arrogância estão agora fora de discussão. De acordo com a Gallup, mais de 60% dos empregados ou não gostam ou odeiam seus empregos, e a razão mais comum é que têm chefes narcisistas. Se os chefes fossem menos arrogantes, menos funcionários estariam a gastar as suas horas de trabalho no Facebook, os índices de produtividade iriam subir e as taxas de insatisfação desceriam.

Baixa auto-confiança reduz também a probabilidade de estar a ser enganado. Na verdade, as pessoas com baixa auto-confiança são mais propensas a admitir os seus erros – em vez de culpar os outros – e raramente tomam crédito para realizações dos outros. Este é sem dúvida o mais importante benefício de baixa auto-confiança, porque ele aponta para o facto de que a baixa auto-confiança pode trazer sucesso não apenas aos indivíduos, mas também para as empresas e para a sociedade em geral.

 

Em resumo, se você leva a sério os seus objetivos, uma baixa auto-confiança pode ser o seu maior aliado para realizá-los. Irá motivá-lo a trabalhar duro, ajudá-lo-á a trabalhar nas suas limitações, e impedi-lo-á de ser um idiota, iludido, ou ambos. Por isso, está na hora de desmascarar o mito: alta auto-confiança não é uma bênção, e baixa auto-confiança não é uma maldição – na verdade, é o contrário.

 




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