O sono é mais importante que a comida
Suponhamos que você decidia fazer jejum e ficava efectivamente a passar fome durante uma semana. Ao fim de sete dias, como se sentiria? Provavelmente estaria com fome, talvez um pouco fraco, e quase certamente um pouco mais magro. Mas, basicamente, você estaria “bem de saúde”.
Agora suponhamos que se priva do sono durante uma semana. Não é tão bom. Depois de vários dias você estaria quase completamente incapaz de funcionar. É por isso que a Amnistia Internacional apresenta a privação do sono como uma forma de tortura.
Então, porque é que dormir é uma das primeiras coisas que estamos dispostos a sacrificar quando os requisitos das nossas vidas continuam a aumentar? Continuamos a acreditar no mito que dormir uma hora a menos nos dará mais de uma hora de produtividade. Na realidade, vários estudos sugerem que mesmo pequenas quantidades de privação de sono tomam uma quantidade considerável da nossa saúde, do nosso humor, da nossa capacidade cognitiva e da nossa produtividade.
Muitos dos efeitos que sofremos são invisíveis. Sono insuficiente, por exemplo, prejudica profundamente a nossa capacidade de consolidar e estabilizar a aprendizagem que ocorre durante o dia. Por outras palavras, causa estragos na nossa memória.
Então, que quantidade sono precisamos? Quando os investigadores fazem testes de sono colocando pessoas em ambientes sem relógios ou janelas e lhes pedem para dormir o que quiserem e sempre que se sentirem cansadas, de 95% das pessoas dormem entre sete a oito horas por dia. Outras 2,5% das pessoas dormem mais de oito horas. Isto significa que apenas outras 2,5% pessoas necessitam de menos de 7 horas de sono por noite para se sentirem totalmente descansadas. Isso equivale a 1 em cada 40 pessoas.
A maioria das pessoas que trabalham como executivos, professores, policias ou funcionários públicos dorme menos de 7 horas por dia. Perdemos literalmente a noção do que é sentirmo-nos totalmente despertos.
Os grandes artistas são uma excepção. Dormem normalmente mais do que o resto de nós. No famoso estudo de Anders Ericcson sobre violinistas, os que têm melhores desempenhos dormem uma média de 8 horas e meia por dia, incluindo uma sesta de meia hora a meio da tarde. Os principais violinistas também informaram que o segundo factor mais importante na melhoria do seu desempenho como violinistas, depois da prática, é o sono.
Com sono suficiente sentimo-nos melhor, trabalhamos mais focados e gerimos melhor as nossas emoções, o que é bom para todos à nossa volta.
Aqui estão três outras dicas para melhorar a quantidade e a qualidade do seu sono:
- Vá para a cama mais cedo – e a uma hora definida. Parece óbvio certo? O problema é que não há alternativa. Você já acordou o mais tardar possível. Se não se habituar a uma hora específica para ir dormir vai acabar por encontrar desculpas para ficar acordado até mais tarde, tal como faz agora.
- Começe a desacelerar, pelo menos, 45 minutos antes de apagar a luz. Você não vai adormecer se estiver acelerado a responder a e-mails ou a fazer outro trabalho. Crie um ritual de beber uma xícara de chá de ervas, ou ouvir música que ajuda a relaxar, ou ler um livro maçudo.
- Pouco antes de ir para a cama anote o que está na sua mente – especialmente o que deixou inacabado e questões não resolvidas. Se deixar items de trabalho na memória vai ser mais difícil deixar-se cair no sono, e vai acabar por “ruminar” sobre estas coisas enquanto adormece e se acordar eventualmente durante a noite.
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