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Estar aberto ao inesperado

 

A “causa” que permite que o inesperado ocorra é a nossa atitude: a maneira como olhamos para as coisas. A nossa abertura ao mundo faz toda a diferença no que respeita a “deixar o inesperado acontecer”. As oportunidades de construir a sua rede de contactos são surpreendentes quando a  sua atitude é aberta ao acaso e ao melhor que há em si.

Peter Mandeno, um dos fundadores do Wok+Wine, criou esta experiência em “química social” com o objectivo de ver o que aconteceria se reunisse pessoas com diferentes perspectivas e interesses divergentes. O que aconteceria, perguntou ele, se colocasse um investidor, um cientista, uma designer de moda, um professor e um autor na mesma mesa?

Coisas boas, aparentemente!

O Wok + Wine começou em novembro de 2008 como uma nova maneira de juntar um grupo diversificado de pessoas interessantes em Nova York para uma noitada de grandes conversas, em torno de comida deliciosa e vinho surpreendente. Desde o seu início, o Wok+Wine cresceu rapidamente tornando-se num encontro mensal de algumas das pessoas mais inspiradoras, criativas e bem relacionadas em todo o mundo.

O Wok+Wine já foi apreciado por cerca de 3.000 pessoas em Nova York, Venezuela, Amesterdão, Copenhaga, Oslo, Londres, Madrid, San Francisco, Los Angeles, Washington DC, Vancouver, Melbourne, Sydney, Whangarei, Wellington e Auckland, na Nova Zelândia .

 

“Assim que o camarão chega à mesa, a energia na sala muda. Há qualquer coisa em comer com as mãos, em partilhar alimentos com estranhos, e no constrangimento de tirar a cabeça e a casca de um camarão que torna possível que as pessoas se abram. Torna possivel que as pessoas interajam com facilidade e de forma autêntica, esquecendo a fanfarronice que tinham inicialmente trazido para a sala.”

Há vinte anos atrás os nossos mundos eram bem mais separados. Se trabalhássemos em seguros, ou em moda, era muito provável que os nossos amigos se encontrassem na mesma área. Podíamos ter velhos amigos da escola ou da faculdade noutras áreas, mas geralmente o nosso mundo social era homogéneo e bastante pouco diversificado. E nós gostávamos que assim fosse. Clubes, condomínios fechados, reuniões, almoços com velhos amigos… naturalmente o ser humano gosta de redundância. Repetimo-nos socialmente e culturalmente, e até há bem pouco tempo estava tudo bem.

Mas hoje em dia poucos têm prazer na repetição social. Hoje em dia preferimos viver num mundo agitado. Nós gostamos quando “as coisas acontecem”, quando um acontecimento inesperado rompe com a normalidade da nossa cerimonia e deixa entrar outras coisas diferentes. É ai que as coisas começam a ficar interessantes.

Isto é, sem dúvida nenhuma, uma enorme mudança! Se as pessoas que costumavam insistir em redundância vão agora à procura de agitação, algo de fundamental aconteceu. Os sociólogos podem-nos ajudar:

  • Mark Granovetter, de Stanford, observa que os mundos isolados não são especialmente produtivos em inovação. Afinal de contas, todas as pessoas num mundo social homogéneo tendem a saber sobre mesmas coisas. Interagir dentro desses mundos apenas confirma esse mesmo conhecimento. Repete. Consolida. É apenas quando interagimos fora da nossa área de conforto, com pessoas com quem temos “laços fracos”, que coisas novas acontecem. Efervescemos.
  • E Ronald Burt, da Booth School of Business, escreve sobre o valor criado por pessoas que formam activamente ligações estre mundos diferentes. Essas pessoas estão a actuar efectivamente como pontes entre redes de contactos.

Os incentivos económicos para um Wok+Wine são claras. Aqueles que saem dos seus mundos têm marcadamente mais oportunidades de carreira. Na verdade, as pessoas que trazem novas ideias, abordagens e estratégias são muitas vezes vistas como heróis. Mas os incentivos intelectuais são igualmente claros. Apenas uma pessoa com vários pontos de contacto em mundos diversos pode “esperar o inesperado”, aquele momento extraordinário em os problemas inquietantes desaparecem perante a chegada de uma compreensão completamente inesperada.




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