Como beneficiar do stress
Você está stressado – pelos seus prazos, pelas suas responsabilidades, pela sua carga de trabalho cada vez maior e pela sua vida em geral. Provavelmente você até está stressado com o quão stressado você se sente, e preocupa-se que o stress esteja a interferir com o seu desempenho e, possivelmente, a consumir-lhe anos de vida!
Isto pode soar um pouco louco, mas e se o que for realmente mau para si for o facto de assumir que o stress é mau? E se existisse outra maneira de pensar sobre o stress – uma forma que se pudesse tornar numa força positiva na sua vida? E existe! De acordo com nova pesquisa da Yale Alia Crum e Peter Salovey, e Shawn Achor, autor de The Hapiness Advantage.
Vamos dar um passo para trás e começar com uma pergunta diferente: O que é stress?
De um modo geral, é a experiência – ou antecipação – de uma dificuldade ou adversidade. Nós, seres humanos, juntamente com outros animais, temos uma resposta física instintiva aos agentes que nos causam nervosismo. Esta inclui a activação do sistema nervoso simpático (“lutar ou fugir”), a inibição do sistema nervoso parassimpático (“descanso e digerir”), e a liberação de adrenalina e cortisol. Mas o que faz tudo isto? Em suma, liberta uma “bomba” que nos torna mais excitados e mais focados, mais prontos a responder fisica e mentalmente ao que vem na nossa direcção.
Até que soa como uma coisa boa, não é?
“Mas espere!”, diz você, “sempre ouvi que o stress crónico faz mal! Não degrada o funcionamento do nosso sistema imunológico?”
Sim… mas há muitas evidências de que o stress também pode aumentar a imunidade.
“Bem, então”, você aponta, “não nos pode deixar deprimidos e letárgicos?”
Sim… mas os estudos mostram que também pode criar resistência mental, aumentar a clareza, resultar em maior valorização em algumas circunstâncias e contribuir para um sentimento de confiança construída sobre uma história de superação de obstáculos (que é o melhor e mais duradouro tipo de confiança que você pode ter). Assim, embora o stress seja mau, de alguma forma também é bom.
Como podemos entender a natureza paradoxal do stress?
Será a quantidade de stress que importa? Níveis baixos podem ser bons, mas níveis elevados são sem dúvida maus (isto é, o que não o mata pode torná-lo mais forte … mas muito stress provavelmente vai matá-lo.)
O problema com esta teoria – que já foi a teoria dominante entre os psicólogos – é que, em geral, isto não se verifica. A quantidade de stress que você encontra é uma forma surpreendentemente falível de predizer o efeito que tem sobre si.
A mentalidade sobre o stress
Como se vê, a sua mentalidade sobre o stress pode ser a forma mais importante de predizer em como o stress o afecta. Como Crum, Salovey e Achor descobriram, as pessoas têm diferentes crenças sobre o stress. Algumas pessoas – provavelmente a maioria das pessoas – acredita que o stress é uma coisa má. Concordaram com afirmações como “Os efeitos do stress são negativos e devem ser evitados”. Eles apelidaram a esta mentalidade de uma mentalidade de “stress-é-debilitante”. Por sua vez, aqueles que concordaram que “experimentar stress facilita a minha aprendizagem e crescimento” teve o que eles chamaram de uma mentalidade de “stress-é-de-realce”.
Nos seus estudos, Crum e seus colegas começaram por identificar mentalidades de stress entre um grupo de cerca de 400 funcionários de uma instituição financeira internacional. Descobriram que os funcionários que tinham mentalidade de “stress-é-de-realce” (em comparação com o “stress-é-debilitante”) relataram ter melhor saúde, maior satisfação com a vida e desempenho profissional superior.
Isto já é bastante surpreendente, mas aqui está a melhor parte – a sua mentalidade também pode mudar! Se você tem vivido com uma mentalidade de “stress-é-debilitante” (como a maioria de nós), não tem que ficar preso a esta idea. Mostraram a um subconjunto de 400 funcionários do referido estudo uma série de vídeos de três minutos, ilustrando tanto o reforço como os efeitos debilitantes do stress sobre a saúde, desempenho e crescimento pessoal. Aqueles no grupo “stress-é-de-realce” (ou seja, os sortudos) relataram aumentos significativos em termos de desempenho, de bem-estar e de trabalho.
Por outro lado, outro estudo mostrou que os crentes em “stress-é-de-realce” eram mais propensos a usar estratégias produtivas, como a procura de feedback sobre uma tarefa de indução de stress. Eram também mais propensos a apresentar níveis “óptimos” de atividade cortisol.
Com base nestas observações, esta pesquisa pinta um quadro muito claro: o stress está a matá-lo porque você acha que o stress é mau. Isto não significa que você não esteja com demasiados projectos ao mesmo tempo – cada um de nós tem tempo e energia limitadas, e podemos estar sobrecarregados.
Mas se você puder ver as dificuldades e os desafios que enfrenta como oportunidades de aprender e crescer, você realmente pode ser mais feliz, mais saudável e mais eficaz. Talvez você não precise de menos stress – apenas de pensar sobre o stress de forma um pouco diferente.
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[…] Mas não fique nervoso! Basta mudar a maneira de pensar sobre o stress. […]