intuição

Aprenda a seguir a sua intuição

Associamos quase sempre a intuição às mulheres mas todo o ser humano tem, teoricamente, intuição. O que acontece que é nem todas as pessoas exploram convenientemente o seu lado intuitivo.

Ao contrário do que muitos pensam, a intuição não tem nada de místico e pode auxiliar-nos na tomada de decisões no dia a dia e ao longo de toda a vida. Compreende-se, por isso, que ela seja cada vez mais valorizada no mundo dos negócios.

Para compreendermos melhor os mecanismos da intuição, a fim de a utilizarmos a nosso bel-prazer, entrevistamos Maria João Viana, autora do livro ‘É possível ser feliz’.

AS – Intuição e sexto sentido são a mesma coisa? O que é a intuição?

MJV – A intuição é difícil de definir por ser algo que apela ao nosso lado menos racional. Corresponde a uma certeza interior que pode não encontrar justificação na realidade física, externa. É algo que vem de dentro, uma espécie de certeza interior, à qual podemos chamar, sim, sexto sentido ou voz interior.

A intuição é algo que nos diz interiormente, através de palavras ou de uma sensação, aquilo que para nós está certo, qual o caminho a seguir, o que fazer em cada momento.

Seguir a intuição permite-nos conduzir-nos acertadamente na vida, fazendo a escolha certa no momento certo e seguindo o caminho de maior fluidez, em que tudo parece encaixar-se de forma perfeita. Ao seguirmos a nossa intuição, a nossa energia eleva-se e vamos de encontro à concretização dos nossos sonhos.

AS – Todos possuímos intuição ou é um privilégio de algumas pessoas?

MJV – Todos possuem intuição, mas uns têm-na mais desenvolvida do que outros porque confiam nesses impulsos que vêm de dentro, isto é, não os questionam porque sabem que estão certos. Já aprenderam a escutar essa orientação interior e deixam-se guiar por ela.

AS – O que nos impede de escutar a nossa intuição?

MJV – O desconhecimento daquilo que no mais profundo de nós somos e a falta de confiança nas nossas capacidades. Possuímos uma capacidade de avaliar e fazer escolhas que não se prende apenas com o raciocínio lógico, mas com uma visão mais ampla que possuímos interiormente.

A intuição manifesta-se através de um impulso que vem de dentro e que pode parecer-nos descabido e ilógico. Por isso duvidamos da sua credibilidade. Porém, quando aprendemos a segui-lo compreendemos como nos conduz acertadamente.

AS – O que podemos fazer para desenvolver e escutar a nossa intuição?

MJV –  Uma boa técnica para aprendermos a escutar a nossa vontade é praticar meditação. O relaxamento da mente ajuda a esvaziar tensões, ansiedades e inquietações proporcionando a tranquilidade necessária para podermos escutar a voz interior. Ao sermos observadores atentos de tudo o que se passa na nossa mente, vamos fazer uma filtragem à qualidade dos nossos pensamentos. Consequentemente, as vozes periféricas irão silenciar-se (porque não são de facto importantes) e a nossa atenção vai sendo dirigida para aquilo que é verdadeiramente válido em nós. É assim que gradualmente aprendemos a escutar a nossa vontade profunda, a tal voz silenciosa e inequívoca. Esta escuta interior permite-nos saber o que queremos fazer, para onde queremos ir, o que nos dá confiança para agir e determinação para traçarmos o caminho que nos vem de dentro.

AS – Pode dar-nos um exemplo prático de como colocar a nossa intuição a funcionar?

MJV – Surge uma situação em que precisamos de fazer uma escolha. Devemos perguntar-nos o que temos realmente vontade de fazer; escolher aquilo que nos deixa verdadeiramente entusiasmados, sem deixarmos que a mente interfira, sem nos questionarmos muito sobre o que é mais correto ou mais lógico. A escolha certa é aquela que nos alegra e eleva a nossa energia, é o primeiro impulso que sentimos vir de dentro.

AS – Devemos confiar sempre na nossa intuição? Ou é melhor usar algum filtro?

MJV – Devemos confiar sempre, porém, é preciso aprendermos a escutá-la e segui-la, para não nos deixarmos levar por outras vozes. Isto requer alguma prática.

Podemos sempre treinar a intuição com pequenas coisas. Por exemplo, há alguns anos combinei com uma amiga encontrarmo-nos no Parque na Cidade (Porto), às 15h, sem indicarmos o local, precisamente para vermos quanto tempo a nossa intuição nos levaria de encontro uma à outra. Em poucos minutos nos encontramos. Foi engraçado.

Sempre que sentimos vontade de fazer algo, devemos fazê-lo e ver o que acontece. Há uma razão para que esses ímpetos interiores nos surjam, mesmo que naquele momento não sejamos capazes de ver o porquê. A intuição é uma espécie de foco que ilumina o melhor caminho, levando-nos à concretização de todos os nossos sonhos. Funciona apenas no momento presente, por isso é tão importante estarmos com a mente “presente”, desimpedida e livre de tensões (daí a importância da meditação).

AS – A intuição aponta o caminho para a felicidade?

MJV – Esta pergunta revela uma bonita perspetiva da felicidade. Na verdade quando seguimos a nossa intuição estamos a seguir o caminho que é suposto percorrermos e não outro que não nos corresponde. Ao seguirmos essa direção interior, aceitando aquilo que a vida nos traz e revelando sempre uma atitude correta perante todos aqueles que se vão cruzando no nosso caminho, vamos seguramente encontrar felicidade porque esta é o resultado final de vivermos de braços abertos para a vida.

Livro recomendado: É Possível Ser Feliz de Maria João Viana

Sinopse: Para conseguirmos encontrar o equilíbrio e a tão almejada felicidade, torna-se urgente recuperar valores humanos fundamentais – princípios ancestrais – sem os quais o mundo se irá desmoronar.

É Possível Ser Feliz propõe uma reflexão fundamentada sobre a necessidade de conduzirmos as nossas vidas de forma consciente, prestando uma atenção particular à qualidade dos nossos pensamentos e às intenções que estão por detrás das nossas ações. Este guia precioso mostra como iniciar um processo individual de clarificação interior e alcançar a paz de espírito. Sugere e explica em detalhe as melhores técnicas e caminhos, como a meditação.

O caminho da felicidade é uma escolha, uma atitude perante a vida que está seguramente ao seu alcance.

Páginas: 192, Ano: 2012, Editor: Nascente, ISBN: 9789896681739




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