A idade e o mercado de trabalho

A idade e o mercado de trabalho

Nos anúncios de emprego é bastante comum a idade ser um requisito de selecção/ exclusão. Na hora de contratar, as empresas preferem candidatos até aos 30/35 anos. Daí em diante, as opções disponíveis para quem procura emprego resumem-se maioritariamente a call-centers, imobiliárias, revenda de perfumes ou pela criação do próprio emprego. A lei proíbe qualquer tipo de discriminação contudo o empregador tem a faca e o queijo na mão para decidir. Pode acontecer a idade não estar estipulada no anúncio de emprego mas a mesma, ou outro factor (raça, género, religião etc.) ser motivo de discriminação dos candidatos durante a fase de selecção (o que por si só é difícil de provar).

Convém frisar que o problema não é apenas da responsabilidade de empregadores e recrutadores mas de toda a sociedade que tem deixado que a situação se agrave, e principalmente do Estado que é o primeiro a estipular limite de idade na admissão dos concursos públicos. Exemplo recente são os estágios PEPAL cuja idade limite passou dos 35 anos para os 29 anos. A continuar assim só os jovens terão acesso ao mercado de trabalho quando deveria existir igualdade para toda a gente. Já pensaram na produtividade que é desperdiçada diariamente porque quem tem mais de 30 anos e quer trabalhar é constantemente discriminado pela sua idade?

Quem fica a perder é o país que empata o futuro de inúmeros desempregados e se enterra cada vez mais. E com tantos jovens a emigrar, quem é que cá fica? Os menos jovens pois está claro. Vejam o exemplo da Alemanha e passemos também a integrar no mercado de trabalho quem está inactivo e ainda tem pela frente 20/30 anos para atingir a meta da reforma. O país seria mais desenvolvido se aproveitássemos esses recursos. Se ainda assim os considerarem velhos demais para trabalhar, pensem no futuro dos jovens, que poderão ser os discriminados de amanhã.




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