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Falta de sono: o grande assassino de desempenho

Ficar acordado mais de 18 horas consecutivas e a sua velocidade de reacção, a memória de curto e longo prazo, a capacidade de se concentrar, a capacidade de tomar de decisões, o processamento matemático, a velocidade cognitiva e a orientação espacial, todas começam a sofrer. Durma apenas cinco ou seis horas por noite durante vários dias seguidos e o déficit de sono acumulado amplia ainda mais esses efeitos negativos. (A privação de sono está também implicada em todos os tipos de maleitas físicas, desde a alta pressão arterial à obesidade.)

No entanto, as culturas corporativas frenéticas ainda confundem insónia com vitalidade e alto desempenho. Um gerente ambicioso regista 80 horas semanais de trabalho, sobrevivendo com cinco ou seis horas de sono por noite e oito chávenas de café (a segunda mercadoria mais vendida do mundo, depois do petróleo) por dia. Um funcionário da banca de investimento deita-se às 23h ou meia-noite e acorda ao zumbido do seu iphone às 2h30 para controlar a actividade de abertura na bolsa de Shanghai. Um viajante vive fora com apenas uma mala, entre viagens para Tóquio, St. Louis, Miami e Zurique, realizando negócios numa nuvem de jet lag com cafeína. Um negociante toma um avião durante a noite, salta para um carro alugado e mergulha numa cidade estranha para fazer uma delicada reunião de aquisição de uma nova empresa às 8 da manhã.

Pessoas assim colocam-se a si próprias, às suas equipas, às suas empresas e ao público em geral em sério risco, diz o Dr. Charles A. Czeisler, Professor de Medicina do Sono na Harvard Medical School. Para ele, incentivar uma cultura “não dormir” é pior do que absurdo: é francamente perigoso e a antítese de uma gestão inteligente. Ele observa que, embora as empresas tenham todos os tipos de políticas destinadas a prevenir regras de risco dos seus funcionários – contra o fumo no local de trabalho, bebidas, drogas, assédio sexual, e assim por diante – por vezes exaustam os seus funcionários e levam-nos à beira da auto-destruição com extremas exigências de carga horária no trabalho. Estar “ligado” praticamente todo o dia induz a um nível prejudicial tão arriscado como a intoxicação.

Como uma das maiores autoridades do mundo em ciclos de sono humanos e da biologia do sono e vigília, o Dr. Czeisler entende as bases fisiológicas do sono imperativo melhor do que ninguém. A sua mensagem para os líderes corporativos é simples: se quiser aumentar o desempenho, tanto o seu próprio como o da sua organização, precisa de prestar atenção a esta questão biológica fundamental – as horas de sono!

 




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